terça-feira, 25 de setembro de 2007

O melhor amigo do homem... e do idoso também

"Senta. Deita. Dorme. Dá a patinha”. É assim que mais de dez idosas, com idade entre 60 e cem anos, se divertem nas manhãs de terças-feiras na casa de repouso Recanto da Vovó. Com o intuito de promover atividades físicas e lúdicas a partir da interação entre idosos e animais, a Associação Brasileira de Interação Homem-Animal Cão Coração desenvolve o Projeto Cão do Idoso. Através dele, mais de 300 idosos, moradores das casas de repouso Mão Branca, Ondina Lobo, Recanto da Vovó e Vivência Feliz, recebem atendimento em suas diversas necessidades, sejam elas emocionais, mentais, físicas e sociais.

“O objetivo do Projeto Cão é desenvolver a interação entre o idoso e o cão para depois colher os benefícios que esta relação traz para todas as áreas da saúde do homem. Esta é uma forma de melhorar a qualidade de vida, o bem estar, a integridade e o respeito aos idosos institucionalizados”, explica o fisioterapeuta do Projeto, Vinícius Fava Ribeiro, de 26 anos. Para isso, a entidade conta com a participação de 54 cães, 70 voluntários, dentre eles, veterinários, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, adestradores de animais e assim por diante.

Para atender a todas as necessidades dos idosos, o projeto realiza dois tipos de trabalho: as Atividades Assistidas por Cães e a Terapia Assistida por Animais. No primeiro deles, a cada 15 dias, voluntários e seus cães visitam os asilos cadastrados para dar atenção e carinho aos idosos. Além de alegria e distração, as visitas oferecem um pouco de entretenimento para aqueles que poucas vezes saem de suas rotinas. Já no caso da Terapia Assistida por Cães, o trabalho envolve a participação de profissionais da área de saúde, cães selecionados e previamente treinados. O animal passa, então, a ser uma ferramenta de reabilitação física e tratamento psicológico do paciente.

“Desenvolver atividades físicas e psicológicas a partir de brincadeiras com os cães é uma forma de oferecer ao idoso a oportunidade de acabar com a inatividade na Terceira Idade”, conta Vinícius. Mas os benefícios trazidos pela interação homem-animal não param por aí. Além de ajudar os idosos a se sentirem menos solitários e deprimidos, já foi comprovado cientificamente que a visita dos animais pode reduzir a pressão arterial, o colesterol e freqüência cardíaca.

Para a psicóloga do Projeto, Ana Luísa Penteado, de 24 anos, os benefícios são ainda maiores. “A partir do contato com os cães, os idosos se tornam mais sociáveis. Eles passam a se interessar uns pelos outros e a se respeitarem mutuamente”, afirma.

As idosas do Recanto da Vovó aprovam os exercícios e confirmam os benefícios trazidos pelo Projeto. “Não perco uma única oportunidade de vir brincar com os cachorros. Sem perceber, acabo fazendo exercícios, me divertindo e lembrando dos inúmeros bichos de estimação que tive quando era mais moça. O importante é aproveitar a vida com coisas que nos trazem prazer e felicidade”, comenta Paulina Branco de Araújo, de 99 anos.



Menos deveres e mais direitos...

A Advogada Lionete Lima explica políticas nacionais destinadas à Terceira Idade, bem como o Estatuto do Idoso e o direito à cidadania e dignidade

Apesar do contínuo crescimento percentual de idosos, este segmento populacional ainda é pouco valorizado em países que estão em desenvolvimento, como o Brasil. Em alguns casos, além de terem seus poucos direitos e privilégios desrespeitados, vivenciam diretamente situações preconceituosas. Para devolver-lhes o direito à cidadania, no Brasil, foram implantadas políticas nacionais, leis especiais e estatutos dirigidos à Terceira Idade, a fim de garantir direitos essenciais àqueles que já passaram dos 60 anos.




Em entrevista ao blog sócio-utilidades, a advogada Lionete Maria Lima, especializada em direito criminal e previdenciário, discute sobre cidadania e dignidade na Terceira Idade, políticas de saúde e também sobre o Estatuto do Idoso. Confira abaixo os melhores momentos da entrevista.

No dia 04 de janeiro de 1994, foi implementada no Brasil uma lei sobre a política nacional do idoso. A que ela se refere?

Resultado de inúmeras discussões, a referida norma adota como princípios garantir ao idoso os direitos de cidadania efetiva na sociedade, avalizando a sua autonomia e integração social, bem como promover o bem-estar e o direito à vida, trazendo estes como dever do Estado e da família. Ressalta-se que a cidadania implica na participação das questões sociais, na busca de soluções para estes problemas, ou seja, almeja benefícios e a igualdade entre todos. Desta forma, após o advento desta Lei, o Estado começa a intervir e proíbe qualquer tipo de discriminação às pessoas com idade avançada, bem como inicia a difusão de conhecimentos sobre o processo de envelhecimento para a população brasileira.

O que significa ser um cidadão na sociedade atual?

Ser cidadão significa conquistar direitos econômicos e sociais, cumprindo com seus deveres. No que diz respeito ao idoso, preconceitos e mitos sempre acabam se transformando em empecilhos para a concretização de seus direitos. Deste modo, uma das estratégias para a viabilidade desta cidadania seria o amadurecimento da mentalidade da sociedade.

Como garantir o direito à cidadania para os idosos?

Todos sabemos que as pessoas não possuem direitos inteiramente iguais, porque as constituições não os garantem ou porque as instituições administrativas não os fazem cumprir. Assim, quando há uma defasagem entre normas e direitos, como ocorre freqüentemente no caso da discriminação dos idosos. Portanto, a democracia deve ser aplicada como uma forma de organizar a sociedade, de modo que as pessoas não sofram desigualdades extremas que impeçam o exercício de sua cidadania.

Quais são as políticas de saúde que beneficiam os idosos?

Registra-se que no campo legislativo, após o surgimento da Lei 1.948, foi oficializada a política de saúde do idoso, disciplinando as ações de atenção à saúde em atenção aos princípios do SUS e da Política Nacional do Idoso, priorizando ainda mais a figura da pessoa como parte integrante da sociedade. Visando um atendimento mais rápido para àquelas pessoas de maior idade, a Lei n. 10.048/2000 estabeleceu prioridade ao atendimento para aqueles com idade superior a sessenta e cinco anos em todos os órgãos públicos, bancos e concessionárias de serviço público e, no campo processual. Em uma lei complementar no Código de Processo Civil Brasileiro, os idosos têm prioridade de tramitação nos processos judiciais de idosos.

No dia primeiro de outubro de 2003, foi criado o Estatuto do Idoso. O que ele aborda?

Amparando os mais diferentes aspectos da vida cotidiana, a referida Lei destaca o papel da família reforçando e enfatizando a obrigação da mesma, da sociedade e do Poder Público assegurarem o direito à saúde, alimentação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito e convivência familiar. A função principal do estatuto é funcionar como uma carta de direitos, fortalecendo o controle do Poder Público em relação ao melhor tratamento das pessoas com idade avançada, respeitando a sua dignidade, galgando um lugar de respeito, buscando alcançar a posição de cidadão efetivo na sociedade aos idosos com participação ativa.

Qual é a importância de se dar dignidade a um idoso?

A dignidade é o grau de respeitabilidade que um ser humano merece, o que difere da caridade, solidariedade e assistência, que trazem em si um conteúdo pejorativo de hipossuficiência. O Estatuto do Idoso se destaca pelos direitos sociais garantidos e apregoados. Contudo, estes somente serão assegurados se a sociedade assumir a responsabilidade de permitir o resgate da cidadania das pessoas que contribuíram para a construção de nosso País. Envelhecer é fato da natureza e do tempo. A medicina, o progresso e a ciência encontram maneiras de prolongar a vida, mas a dignidade é algo que supera conceitos e, deste modo, envelhecer com dignidade se torna um prêmio a ser conquistado.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Álcool ou...Alga?


Substituta da soja?

Discussões acerca de novos meios de produzir-se combustível, sem que haja a agressão do meio ambiente, já são mais do que constantes.

A disputa pelo lugar da antiga gasolina e do ultrapassado diesel já está acirrada entre produtores de etanol, biodiesel e....alga?

Essa é a novidade do momento no meio ecológico. Algumas empresas norte-americanas estão apostando suas fichas no ser-vivo aquático como uma das fonte energéticas alternativas do futuro.

Estudo aponta que certas espécies de algas-verdes podem ser até 100 vezes mais produtivas do que a afamada soja e são efetivas matérias-prima de biodiesel. E, mais um ponto a favor da plantinha: o cultivo não necessitaria de grandes espaços para ser realizado.

Porém, para ser uma matéria-prima eficiente, há ainda a necessidade da superação de certos probleminhas que barram a produção de algas em larga escala.

O mecanismo de controle sobre o crescimento delas ainda é desconhecido e, além disso, a extração do óleo requer o uso de métodos químicos, ainda não tão desenvolvidos.
Mais uma opção limpa para o mundo. Agora é torcer para que as verdinhas-marinhas possam um dia contribuir efetivamente para o bem de tantas outras plantinhas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Violência e Invisibilidade


O cineasta Bruno Barreto está produzindo 174, filme sobre a tragédia dos meninos da Candelária. O documentário de José Padilha, Ônibus 174, serviu de base para a pesquisa de Barreto.


Abaixo, uma reflexão sobre o documentário Ônibus 174:


O documentário Ônibus 174, dirigido por José Padilha, detalha o seqüestro de um ônibus, mostrando a trajetória do seqüestrador, o ponto de vista da polícia, dos reféns e da mídia.No dia 12 de julho de 2000, um ônibus repleto de passageiros foi seqüestrado por Sandro Rosa do Nascimento, no bairro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Durante quatro horas e meia, o caso ficou em negociação com a polícia. Apesar de delicada e perigosa, esta situação foi transmitida ao vivo pela televisão, já que a polícia não isolou a área e permitiu o acesso da mídia, que se expôs ao perigo para captar as melhores imagens. Enquanto as vítimas sofriam, a mídia fez se show. Mas o que não esperavam era o fim trágico deste seqüestro, que acabou com a morte de duas pessoas: uma refém, devido a um erro policial e Sandro, asfixiado no camburão.


Neste documentário, são mostrados diversos aspectos de nossa sociedade. Desde um ex-menino de rua, que, por causa de um drama familiar se envolveu com drogas e com o crime, até o despreparo da polícia brasileira. É um documentário com extensa apuração dos fatos, diversidade de opiniões e que nos deixa perplexos quando acaba. José Padilha não propõe soluções, apenas nos faz pensar.


Violência e Invisibilidade
No Brasil existem, aproximadamente, oito milhões de meninos de rua. Sandro do Nascimento era um deles. Nascido na favela do Rato Molhado, no Rio de Janeiro, ele saiu de casa aos seis anos, depois de presenciar o assassinato de sua mãe. Trauma que iria lhe acompanhar pelo resto da vida. Ao ir para as ruas, integrou-se em um grupo de meninos que mais tarde viveriam sob a Igreja da Candelária.


Sandro praticava pequenos furtos, envolvendo-se com drogas (cola e cocaína), um refúgio para sua vida trágica e sofrida. Foi Sempre tímido, seus amigos diziam que ele não gostava de falar sobre a família e o dinheiro que conseguia usava para comprar entorpecentes.


Em 1993, foi um dos sobreviventes da chacina da Candelária, na qual sete menores foram assassinados. Sandro passou pela cadeia inúmeras vezes e fugiu outras tantas. Todos esses fatos, incluídos com o uso de drogas, contribuíram para que ele fizesse o seqüestro, que foi definido por especialistas, como um roubo interrompido.


O caso do ônibus 174 pode ser considerado como uma extensão da tragédia da Candelária. Sandro, que era vítima, tornou-se algoz de um novo crime, despertando a sociedade para sua existência. Através do assalto que se converteu em seqüestro, Sandro redefiniu seu relato e sua existência social, convertendo a narrativa, passando a ser protagonista da situação. Com a arma nas mãos, causando medo em quem estava em volta, enfrentando a polícia e as câmeras de televisão, ele se redefiniu, ganhando reconhecimento social, tendo visibilidade. Ele foi o próprio protagonista do caso, capaz de encenar um morte e de dirigir o comportamento de cada uma das vítimas.


Sandro não era considerado um cidadão, mas ao impor sua visibilidade através do medo, ganhou status. Como menino de rua, ele era invisível aos olhos da sociedade que aprendeu a conviver com a desigualdade social, desviando o olhar das pessoas. A violência, nesses casos, é como um grito desesperado e impotente por visibilidade.


O seqüestro do ônibus 174 aconteceu em um período no qual as pessoas estavam se deslocando, de casa para o trabalho ou vice-versa. Elas passavam de pessoas morais, reconhecidas, para indivíduos. De acordo com Roberto da Matta, em As Raízes da Violência no Brasil, é quando a pessoa está individualizada, tornada em um "ninguém" que há maior risco de acontecer atos violentos. E foi exatamente isso que aconteceu. A violência, para Sandro, se deu como o desenvolvimento da cidadania através do medo.


Quando o crime chegou ao fim, com a morte de uma refém e com a captura do criminoso, a população queria linchá-lo, já que nele projetou-se toda a culpa pela violência social. A sociedade quer a invisibilidade desses meninos, quer que eles continuem em pocilgas, não quer assumir sua responsabilidade pelos atos desses inúmeros sandros.
Technorati Profile

Por uma tela negra

O blogueiro Mark Ontkush (ecoiron.blogspot.com), um dos maiores ativistas ambientais da blogosfera, está a frente de uma campanha bastante polêmica que prega a substituição do fundo branco das telas de internet por um fundo negro. Segundo ele, essa medida reduziria o gasto de energia.

Mark faz até um cálculo, tendo como base o Google, para provar a sua tese e afirma que se o buscador mudasse a cor do fundo de tela haveria uma economia de 8,3 Megawatt/hora por dia.

Será que o Google aprova a idéia?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Ajudar a quem ajuda...

Há 90 anos, um judeu fugido da Alemanha nazista veio para o Brasil à procura de abrigo e, acima de tudo, liberdade de expressão e respeito. Vivendo em condições de pobreza neste novo país que o acolhera, Elijass Gliksmanis não se conformava com a “riqueza” do lixo produzido por uma cidade como São Paulo. Diferente do que se via nos países em guerra, aqui eram encontrados materiais que poderiam ser reutilizados, tais como: pneus seminovos, aço, fios de eletricidade, móveis usados e assim por diante. O judeu passou a recolher os entulhos nas ruas e vendê-los. Aos poucos, melhorou de vida e abriu uma laminadora de aço, com a qual juntou algum dinheiro.

Seu empreendedorismo começou cedo. Com o crescimento da construção civil no Brasil, Elijass comprou um terreno na Vila Prudente e construiu um pequeno prédio. Com o lucro da obra, levantou novos prédios, até que seu patrimônio financeiro fosse alto o suficiente para fundar a Companhia Imobiliária Ibitirama.

Poderia ser simplesmente mais uma história bonita, na qual um imigrante, com muito trabalho e dedicação, conquista vitórias em nosso país. Mas não é. O ato mais belo deste judeu foi deixar, em seu testamento, 15% de seu patrimônio para a criação de uma entidade beneficente. Surgiu, portanto, em julho de 1987, a Fundação Elijass Gliksmanis, que procura ajudar crianças e adolescentes, tirando-os da rua e ensinando-lhes hábitos saudáveis.

Em busca de melhores condições de saúde e educação para os jovens carentes, a Fundação tem como objetivo central auxiliar financeiramente outras entidades beneficentes. Para isso, é responsável pela doação de alimentos, equipamentos médicos e pela construção de hospitais, centros de saúde, abrigos, creches e assim por diante. “Um dos trabalhos realizados pela Fundação é a melhoria nas condições do espaço físico das entidades, como nas cozinhas das creches, para que tais instituições não sejam fechadas pela Prefeitura por precárias condições das instalações”, conta Maria Marlene Daniel, de 56 anos, secretária do projeto.

A Fundação mantém mensalmente apenas o Instituto de Cegas, na rua da Mooca. Nele, atualmente seis senhoras com deficiência visual são assistidas e recebem alimentação, tratamento e atenção. A pedido da Prefeitura, que iria fechar o local de atendimento a 12 senhoras, o projeto ficou responsável pela instituição sob a condição de não aceitar mais nenhuma deficiente. Hoje, o grupo promove festas e encontros com a comunidade local para a socialização das beneficiadas.

“A intenção do nosso projeto não é criar a nossa própria instituição, mas sim garantir a existência e o bom trabalho de outros projetos sociais”, explica Marlene, que é funcionária da fundação desde que esta foi criada e implantada. Para ela, beneficiar outras entidades é fundamental para o sustento dos assistidos, já que, inúmeras vezes, o apoio da prefeitura é insuficiente.

Cruz Verde teve patrocínio para hospital!!!

“Eu posso assegurar que a Cruz Verde e todos os beneficiados por ela, direta ou indiretamente, são gratos pelas bem-feitorias que a Fundação Elijass Gliksmanis proporcionou a todos”. Assim, a superintendente da Associação Cruz Verde, Marilena Pacios, resume a importância do trabalho voluntário realizado pela Fundação.


Anualmente, a instituição que auxilia outras entidades beneficentes faz doações fundamentais para a continuidade e o aperfeiçoamento do atendimento a crianças com paralisia cerebral irreversível, que recebem os cuidados da Cruz Verde. As doações são desde materiais cirúrgicos e alimentos, até a reforma da cozinha da instituição, o gerador de eletricidade, que garante energia elétrica 24 horas por dia e a piscina, utilizada para fins terapêuticos. Mas o maior presente recebido pela Cruz Verde foi o Hospital Dia. “A Fundação Elijass não só patrocinou a construção do hospital, como também o equipou com aparelhos de última geração”, felicita-se a superintendente.


O Hospital Dia, mais conhecido como HD, atende a 20 crianças por dia, que são internadas no período da manhã, mas, ao final do dia, voltam para suas respectivas casas. Esta foi a maneira encontrada para que os pequenos pacientes não fossem isolados do convívio familiar. No ambulatório da Cruz Verde, cerca de 15.000 crianças são beneficiadas pelo projeto mensalmente. Para Marilena, as doações realizadas pela Fundação diminuíram as necessidades da Cruz Verde. “Se não fossem elas, não teríamos melhorias nas condições de atendimento e, muito menos, o Hospital Dia, que é um orgulho para todos nós”, afirma.

Entidades Beneficiadas pela Fundação
APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo;
Associação Amigos do Bem - Contra a Fome e a Miséria do Sertão Nordestino;
Associação Cruz Verde;
Centro de Convivência Infanto-Juvenil Curumim;
CIAM - Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar;
Escola Nossa Senhora da Paz;
Fundação Dorina Nowill para Cegos;
Fundação Selma;
GRAACC - Centro de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer;
Hospital do Câncer;
Instituto Profissional Paulista para Cegas;
Lar das Crianças.

Proteção frente a ameaças!!!

Segundo dados do governo federal, entre 1979 e 2003, o número de mortes por arma de fogo foi de 550 mil, sendo que, deste total, 205.722 pessoas tinham entre 15 e 24 anos. A maior ameaça aos jovens provém do envolvimento com drogas, desobediência ao tráfico ou até mão-de-obra descartada.

Frente a este quadro alarmante, a Ong Projeto Legal, em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, desenvolveu o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçados de Morte, que visa proporcionar assistência aos jovens vítimas de coação ou grave ameaça. O programa teve início em março de 2005 e já amparou 116 pessoas.

Em entrevista, Flávia Garcia, coordenadora do programa, explicou a importância do projeto, seus objetivos e como se faz esta proteção aos jovens. Seguem abaixo os trechos mais importantes da entrevista:

Repórter- Qual é o principal objetivo do programa?
Flávia- Proteção da vida de crianças e adolescentes expostas a graves ameaças de morte, desenvolvendo ações que possam manter e fortalecer os vínculos familiares e afetivos, bem como a reinserção social segura.

Repórter- Qual foi a necessidade de sua criação?
Flávia- O projeto foi criado para tentar conter as altas taxas de homicídios de crianças e adolescentes no Brasil. De 1993 a 2005, o número de jovens assassinados, entre 15 e 24 anos, cresceu 88,6%. Por isso, as pressões de organizações internacionais sobre a necessidade de o país criar mecanismos de enfrentamento desta problemática era grande.

Repórter- Como o programa surgiu?
Flávia- Em 1999, Nilmário Miranda cumpria mandato de Deputado Federal, tendo presidido por duas gestões a Comissão de Direitos Humanos da casa legislativa. Alinhado com as preocupações da sociedade civil, quanto ao número de adolescentes que morriam, elaborou um projeto de lei que, associado à proteção a vítimas e testemunhas, pudesse definir o papel do Estado no enfrentamento do problema. Contudo, esta vinculação não foi bem aceita e o tema não entrou na pauta de discussão da Câmara dos Deputados. Assim que assumiu a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, no início de 2003, Nilmário estabeleceu que a criação de um programa de ação neste campo seria a sua prioridade; iniciando, assim, esta parceria com o Projeto Legal para a fundação deste projeto.

Repórter- Qual é o atendimento oferecido por este trabalho?
Flávia- Os casos de ameaça são encaminhados pelos Conselhos Tutelares, Ministério Público e Varas da Infância e da Juventude, que, após a avaliação da equipe técnica do programa em conjunto com o órgão solicitante, verifica-se a necessidade ou não da proteção, considerando o risco e sua extensão. O Programa oferece atendimento jurídico, psicológico e social e proteção em local seguro e sigiloso. Conta com uma rede solidária de proteção, incluindo redes organizadas e comunitárias, compostas de entidades públicas, estatais e não estatais. Além de propiciar às crianças e aos adolescentes a reinserção social e escolar incluindo, quando possível, seus familiares.

Repórter- Quais são os Estados que contam com este apoio?
Flávia- O Programa atualmente já está em funcionamento nos estados com maiores índices de homicídio contra jovens entre 15 e 24 anos: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

Repórter- Quais são os responsáveis pelo programa?
Flávia- A Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente vinculada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Nos estados, o programa está sendo executado por organizações não governamentais, voltadas para a defesa dos direitos humanos.

Repórter- Quais são as suas atividades desenvolvidas para a proteção de crianças e jovens?
Flávia- Encaminhamento de famílias a locais de proteção e na ocasião do adolescente na proteção sigilosa e aparentemente desacompanhada, inclusão e proteção em sistema de abrigamento. Na proteção, é realizada articulação através da rede solidária, com Políticas Públicas nas áreas de saúde, educação e assistência.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Envelhecimento Saudável e feliz!!!


A expectativa de vida cresceu e, com ela, aumentou também o número de idosos no país, que já ultrapassa os 13 milhões; ou seja, 8% da população brasileira. Só a cidade de São Paulo possui aproximadamente um milhão de idosos, que representam 9,32% da população total. Com o intuito de fornecer um serviço público aos idosos da cidade, a Secretaria Municipal de Assistência Social inaugurou, em setembro de 2004, o Centro de Referência da Cidadania do Idoso. Mais conhecido como Creci@, o projeto atende a cerca de 2.700 idosos por mês (250 por dia, em média), vindos de todas as regiões de São Paulo.

Trata-se de um espaço de reinserção social, em que os idosos participam de uma programação de atividades que desenvolvem suas potencialidades e proporcionam momentos de prazer, descontração e lazer. “Com as aulas de Yoga que faço aqui, aprendi a enfrentar os limites que a idade impôs a meu corpo”, felicita-se Maria Aparecida Zimmermann, de 70 anos, que participa do grupo há dois meses. “No Creci@, eu ocupo a minha mente, em vez de ficar na minha casa sozinha. Aqui eu aprendi a não ficar deitadinha o dia todo ou me entregar facilmente à cadeira de rodas”.

O projeto tem como objetivo central transmitir informação, através de um atendimento de ouvidoria, além de propor a capacitação dos idosos. Para isso, são oferecidas oficinas culturais, teatro, cinema, palestras e debates referentes a assuntos interessantes à 3ª idade, como aposentadoria e financiamento bancário. “Nosso trabalho visa a ensinar novas linguagens ao idoso e fazer com que ele aprenda a interagir com o próximo”, afirma Sandra Regina Gomes, de 49 anos, assessora técnica do segmento idoso da prefeitura.

Um dos atendimentos mais disputados é o Telecentro, onde os beneficiários aprendem a utilizar o computador e são inseridos no mundo digital. “As aulas de computação respeitam sempre o ritmo dos idosos. Suas dificuldades são discutidas e orientadas”, relata a assessora do projeto. O Creci@ conta ainda com um centro de convivência, onde há confraternização entre os freqüentadores, uma biblioteca, sistema de cadastro de idosos e de serviços favoráveis a eles.

Em busca de melhorias nas condições de vida do idoso, o projeto promove lazer, educação e oferece informação, o que dificulta a depressão e a solidão, muito comuns na 3ª idade. O trabalho preventivo, realizado no Creci@ através do conhecimento e da ocupação, aumenta a auto-estima e a autonomia dos “velhinhos”, além de diminuir o déficit de memória. Afinal, viver mais requer melhores condições culturais, sociais, de saúde e novos planos de vida para a 3ª idade.

Bonitas e ecológicas

Até a moda se rendeu a onda do politicamente correto e da preservação ambiental. Entre os fashionistas, agora, o que está em alta é a substituição de sacolas plásticas - essas decompras - por sacolas de materiais de maior duração, que possam ser reutilizadas e que agridam menos o meio ambiente.

É tendência no exterior e agora chega ao Brasil até com campanha de incentivo feita pela Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo. Com curadoria de Lilian Pacce, haverá uma exposição, no dia 12 de outubro, sobre tema, montado no Parque do Ibirapuera. Estilistas como Alexandre Alexandre Herchcovitch e Gloria Coelho desenharão sacolas exclusivas para a mostra.


A prefeitura da capital paulista, pretende, inclusive, entrar com uma ação junto a Associação Paulista de Supermercados para incentivar o uso de sacolas que não degradem o meio ambiente.



Aqui: http://www.reusablebags.com/ tem mais informações sobre as sacolas reutilizáveis.

domingo, 16 de setembro de 2007

Exploração sexual não é atração turística, é crime!!!



No período da alta temporada, em especial no Carnaval, o Brasil recebe um alto contingente de turistas, que desejam conhecer as belezas naturais do país e desfrutar do calor. Mas, por vezes, a atração turística desvia seu foco para outra atividade: a prática do turismo sexual.

Para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes, a Ong humanitária cristã Visão Mundial promove a campanha internacional “Child Sex Tourism Prevention Project”, destinada a conscientizar o viajante de que esta prática é ilegal e criminosa. A pessoa que cometer tal delito pode ser punida no Brasil e em seu país de origem.

Com o apoio do governo norte-americano, o projeto surgiu há dois anos, nos Estados Unidos. “Um cidadão dos EUA que cometer este crime sexual será julgado e punido em qualquer lugar do mundo”, afirma Marco Antonio Dias, de 34 anos, assessor de imprensa da Ong Visão Mundial. Desde o início da campanha, que já foi difundida em Camboja, Tailândia, Costa Rica e México, 25 americanos foram indiciados e estão presos.

No Brasil, a iniciativa começou no dia 7 de janeiro, com duração prevista para seis meses, quando será realizado um seminário referente ao assunto. O combate ao turismo sexual é destinado àquelas cidades cujo fluxo de turistas é maior, como Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Belém e Manaus.

A divulgação é realizada por meio de outdoors e painéis públicos, mas a ação mais direta e próxima do turista será os “flyers” colocados nos passaportes dos estrangeiros, nos principais aeroportos do país. Todo o material publicitário é bilíngüe (inglês e português), já que será distribuído também à população local. “Esta é uma forma de motivar o público a denunciar a prática de exploração sexual”, incentiva Dias. As notificações são anônimas e podem ser feitas por qualquer um que tiver informações consistentes sobre o criminoso, como o nome do hotel onde está hospedado ou mesmo as características físicas e o país de origem.

Segundo uma pesquisa organizada pela Organização Mundial do Turismo, os viajantes que cometem o turismo sexual têm entre 20 e 40 anos; sendo, em geral, italianos seguidos por portugueses, holandeses e norte-americanos. Só o Brasil, a Tailândia e as Filipinas são responsáveis por 10%, ou seja, 100 mil casos do total de crianças e adolescentes exploradas sexualmente.

Esta prática ocorre mais comumente em países subdesenvolvidos. Por isso, para a Ong Visão Mundial, o turismo sexual não traz riquezas para um país, apenas prejuízos, já que afasta o turista interessado em conhecer apenas as belezas de uma região.



A volta por cima de Renato de Pissara!!!

“Tudo começou na minha infância, quando fui criado com muito rigor. Meus pais saiam para trabalhar e me deixavam preso em casa. Minha única saída foi fugir. Aos 12 anos fui morar debaixo de um viaduto no Brás, depois no Parque Dom Pedro. Fui influenciado pelo mundo das drogas e pela vadiagem. Já passei por quatro albergues e aprendi de cor e salteado todas as regras de cada um deles. Um dia, comecei a fazer um tratamento no hospital da Prefeitura sobre antialcoolismo e drogas. E consegui me recuperar. O primeiro passo foi querer melhorar. Para isso, fui descartando tudo de ruim na minha vida: escolhi melhor as amizades, freqüentei ambientes mais sadios, adquiri o hábito da leitura de livros inspirados. Encontrei ajuda na Igreja Martin Luther. Estou recuperado agora, freqüentando a igreja e participando de todas as atividades que ela me proporciona. Mantenho minha vida ocupada com essas atividades culturais, pois eu produzo e não fico sem fazer nada. Se os moradores de rua comprassem essa idéia de trabalho artístico e de conversa, eles iriam tirar o pé da lama. O importante é que eles aprendam que a vida tem mais valor do que eles dão a ela”.

Renato Pissara, de 46 anos, é morador de rua.

Inclusão com arte, muita arte...

Nas tardes de sextas-feiras, a Igreja Martin Luther, localizada no centro de São Paulo, transforma-se em abrigo aos moradores de rua. Após o culto luterano, voltado para os problemas deste grupo, os desabrigados interessados participam de atividades culturais e de um bate-papo. O projeto oferece um espaço para que eles, através da arte, expressem suas capacidades e não fiquem na ociosidade.


Cerca de 260 pessoas se aglomeram no pátio interno da Igreja à espera do "cafezinho". Três bacias de café enganam a fome deles até o final das preces. Com a igreja lotada, o culto, animado por músicas e histórias bíblicas, antecede à distribuição do vale-refeição.


"Não se sabe - de fato - se estes moradores de rua freqüentam a Igreja em busca da 'palavra de Deus' e do projeto desenvolvido para eles ou simplesmente pelo vale-alimentação", questiona a pastora Vera Cristina Weissheimer, de 37 anos. Mas, é certo que, para as atividades culturais realizadas após as orações, o grupo se restringe a cerca de 30 moradores, que esperam ansiosamente pelas sextas-feiras.


São dois grupos de atividades que dividem o espaço no Centro de Convivência da Igreja. O primeiro, conhecido como "Sonho de Artista", produz artesanato e conta com a presença permanente de 10 a 12 moradores de rua. "O projeto tem por objetivo ensinar valores e recuperar a cidadania que foi perdida pelos anos de rua e de exclusão social", afirma Janete Bachtold Ludwig, de 49 anos, uma das responsáveis pelo grupo de artes.


As atividades artísticas são selecionadas e organizadas de acordo com cada época do ano. "Por exemplo, no Natal, a gente cria cartões com temas natalinos. Já na Páscoa, fazemos ovos de chocolate e enfeites nas cascas ocas de ovos de galinha. No final, vendemos e ganhamos um dinheirinho", comemora o assistido Pedro Francisco Knupp, de 47 anos. Para ele, o projeto levanta a auto-estima e o espírito do povo da rua.


Aproveitando materiais recicláveis e doados, a estudante de artes plásticas e também responsável pelo projeto, Débora Ludwig, de 19 anos, orienta o grupo sobre as técnicas utilizadas e as fases de produção. "Muitas vezes, eles não entendem o que estão fazendo ou não gostam do resultado de seus trabalhos, mas isso acontece porque a arte está fora do cotidiano deles", relata a estudante. "Por isso, ensino que tudo é arte, desde que seja a expressão do que eles estão sentindo no momento".


Para os moradores de rua mais necessitados, existe também o grupo de bate-papo, apelidado por eles de "Grupo de Conversa que faz bem" e comandado pela pastora Vera. A cada semana, durante uma hora, o grupo de 16 a 18 pessoas fala de seus problemas e êxitos. Escolhem, então, um tema que será debatido no dia, como: albergues, violência, perdão e até a Copa do Mundo na Alemanha. "Aqui, eles deixam suas preocupações, seus sacos pretos imundos. Aqui aprendem que não são apenas vítimas, mas também responsáveis por terem chegado à rua", conta a pastora.


O carinho e a cumplicidade fazem dos moradores de rua e dos voluntários uma grande família em busca de uma nova vida. Longe das ruas, a chance de voltarem à bebida, às drogas, ao ócio e até ao crime é muito menor. "Esse projeto é a minha terapia. Enquanto tenho uma ocupação, esqueço as coisas ruins do mundo", relata Antônio Pedro, de 47 anos, que deixou de beber há 5 anos, quando começou a freqüentar os projetos da Igreja.


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

NO SMOKING!


Para aqueles que não suportam o fato de serem fumantes passivos uma ótima notícia:


A Secretaria de Saúde de São Paulo lançou, no último dia 5, o selo “ Ambiente Livre de Tabaco”, que identifica estabelecimentos que banem totalmente o fumo em suas dependências.


A ação tem por principal objetivo criar uma conscientização na população com relação ao fumo em ambientes de uso coletivo e chamar a atenção para a preocupação que deveria existir com a saúde. A medida inclui a proibição de áreas isoladas para os fumantes nos locais.


A utilização do selo é voluntária e para aqueles que querem o adotar, prestem atenção: para recebê-lo, o local deverá ser vistoriado e liberado pela Vigilância Sanitária.


A seguir, as regras para que seu estabelecimento seja contemplado com o selo*:


+Para ter o selo Ambiente Livre do Tabaco, da Secretaria Estadual da Saúde, empresas, estabelecimentos comerciais e prédios públicos terão de impedir a ação de fumantes dentro de suas dependências;


+A secretaria orienta para que as empresas preparem campanhas de conscientização entre funcionários. No caso de lojas, restaurantes e estabelecimentos comerciais, aviso de entradaproibida para fumantes;


+Nos estabelecimentos não pode haver fumódromos;


+A ação da secretaria não será obrigatória.


*( fonte: Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia)

divulgação Secretaria de Saúde de São Paulo

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Tá na hora

O Fest Rio, um dos festivais de cinema mais importantes do país, que acontece de 24 de setembro a 4 de outubro vai exibir o documentário 11th Hour, dirigido por Leonardo di Caprio. O ator já é conhecido pela sua preocupação com o meio ambiente, participa da ong Greenpeace e tem uma fundação cujo objetivo é a preservação do planeta.

Não era de se estranhar, então, que ele idealizasse um filme que tratasse desse tema. 11th Hour, que deve estrear no circuito comercial em novembro, é um documentário, um tanto didático sobre o impacto negativo do homem sobre o planeta. Na onda de filmes com Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, 11th Hour ajuda a aumentar o leque de produções que se preocupam com a sustentabilidade do planta.

Assista o trailer. Assustador.



segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Som da Floresta


Quando recebe uma ligação em seu celular, o economista e professor da Universidade de São Paulo, Gilson Schwartz, não escuta As Quatro Estações, de Vivaldi, ou o hino de algum clube de futebol. O que ecoa em seu telefone é um canto dos índios Xavantes, de Mato Grosso. Coordenador da Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo (USP), Schwartz desenvolve o projeto Cidade Móvel que, com a produção e venda de ringtones (toques de telefone) e wallpapers (papéis de parede para cobrir o visor) para celulares, gera renda e inclusão digital em comunidades carentes e indígenas e promove o desenvolvimento de programas ambientais.


O Cidade Móvel surgiu em 2005, com um convênio entre a USP, Casa Civil da Presidência da República e Instituto Nacional de Tecnologia de Informação. O objetivo era promover, em conjunto, a certificação digital e a inclusão social. Com 100 milhões de celulares no mercado brasileiro, Schwartz não teve dúvidas, este seria o melhor meio de gerar renda: "O mundo da computação contemporânea é o mundo da mobilidade e da ubiqüidade. E, enquanto na internet quase tudo é de graça, no celular praticamente tudo é pago", diz.

Para implantar o projeto, Schwartz envolveu-se com ONGs e comunidades em três regiões do Brasil: Centro-Oeste, Nordeste e Norte. É do Mato Grosso que vem o ringtone do professor, onde foi realizada a primeira parte do programa, na Aldeia de São Pedro, com os índios Xavantes. Essa expedição seguiu os passos do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, pesquisador da aldeia indígena. No Nordeste, o local escolhido foi a Praia da Pipa, em Natal, por ser uma região de turismo não sustentável. E, no Norte do país, a ONG Navegar Amazônia foi contemplada.

Fundada em 2000 pelo cineasta Jorge Bodanzky e pelo programador de sistemas José Roberto Lacerda, a ONG Navegar Amazônia tem uma sede inusitada: um barco multimídia equipado com computadores, câmeras digitais, antena móvel de transmissão, tenda de circo e tela de cinema, que navega pelos rios da Amazônia levando ideais de cultura, tecnologia e desenvolvimento sustentável. "A gente trabalha para que as comunidades ribeirinhas se apropriem dessas tecnologias e transformem o seu olhar em produtos multimídia digitais", explica José Roberto Lacerda.

A parceria entre USP e Navegar Amazônia vai além da produção de wallpapers e ringtones, e ultrapassa até mesmo o plano do real. Agora, a nova iniciativa é a inclusão da Ong no Second Life, programa de realidade virtual. Bodanzky diz que o ingresso nessenovo mundo é importante para a que a Ong ganhe maior visibilidade: "Entramos no Second Life porque nosso projeto é multimídia. A idéia é fazer o barco virtual do Navegarrefletir o barco real, criando atividades nos dois pólos e em vários lugares".

Em 2006, o Cidade Móvel foi vencedor do Development Gateway Award (Prêmio Passagem e Desenvolvimento), realizado pelo Banco Mundial que premiou as iniciativas que favoreciam a inclusão digital da juventude. Agora, Schwartz prepara-se para ampliar ainda mais o programa, exportando os wallpapers e ringtones. "Eu estou indo para China e Japão, vou levar esses catálogos. Será que em Xangai um canto Xavante não faz sucesso?'.